quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Enzimas


ENZIMAS


CONCEITOS GERAIS E FUNÇÕES

            As enzimas são proteínas especializadas na catálise de reações biológicas. Elas estão entre as biomoléculas mais notáveis devido a sua extraordinária especificidade e poder catalítico, que são muito superiores aos dos catalisadores produzidos pelo homem. Praticamente todas as reações que caracterizam o metabolismo celular são catalisadas por enzimas.
            Como catalisadores celulares extremamente poderosos, as enzimas aceleram a velocidade de uma reação, sem no entanto participar dela como reagente ou produto.
            As enzimas atuam ainda como reguladoras deste conjunto complexo de reações.
            As enzimas são, portanto, consideradas as unidades funcionais do metabolismo celular.


NOMENCLATURA DAS ENZIMAS
 
            Existem 3 métodos para nomenclatura enzimática:
            - Nome Recomendado:  Mais curto e utilizado no dia a dia de quem trabalha com enzimas; Utiliza o sufixo "ase" para caracterizar a enzima. Exs: Urease, Hexoquinase, Peptidase, etc.
            - Nome Sistemático: Mais complexo, nos dá informações precisas sobre a função metabólica da enzima. Ex: ATP-Glicose-Fosfo-Transferase
            - Nome Usual : Consagrados pelo uso; Exs: Tripsina, Pepsina, Ptialina.
 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS ENZIMAS
 
            As enzimas podem ser classificadas de acordo com vários critérios. O mais importante foi estabelecido pela União Internacional de Bioquímica (IUB), e estabelece 6 classes:
            - Oxidorredutases: São enzimas que catalisam reações de transferência de elétrons, ou seja: reações de oxi-redução. São as Desidrogenases e as Oxidases.
            Se uma molécula se reduz, tem que haver outra que se oxide.
            - Transferases : Enzimas que catalisam reações de transferência de grupamentos funcionais como grupos amina, fosfato, acil, carboxil, etc. Como exemplo temos as Quinases e as Transaminases.
            - Hidrolases : Catalisam reações de hidrólise de ligação covalente. Ex: As peptidades.
            - Liases: Catalisam a quebra de ligações covalentes e a remoção de moléculas de água, amônia e gás carbônico. As Dehidratases e as Descarboxilases são bons exemplos.
            - Isomerases: Catalisam reações de interconversão entre isômeros ópticos ou geométricos. As Epimerases são exemplos.



            - Ligases: Catalisam reações de formação e novas moléculas a partir da ligação entre duas já existentes, sempre às custas de energia (ATP). São as Sintetases.
 
 
PROPRIEDADES DAS ENZIMAS
 
            São catalisadores biológicos extremamente eficientes e aceleram em média 109 a 1012 vezes a velocidade da reação, transformando de 100 a 1000 moléculas de substrato em produto por minuto de reação.
            Atuam em concentrações muito baixas e em condições suaves de temperatura e pH.
            Possuem todas as características das proteínas. Podem ter sua atividade regulada. Estão quase sempre dentro da célula, e compartimentalizadas.
 
 
COFATORES ENZIMÁTICOS E COENZIMAS
 
            Cofatores são pequenas moléculas orgânicas ou inorgânicas que podem ser necessárias para a função de uma enzima.  Estes cofatores não estão ligados permanentemente à molécula da enzima mas, na ausência deles, a enzima é inativa.
            A fração protéica de uma enzima, na ausência do seu cofator, é chamada de apoenzima.
            Enzima + Cofator, chamamos de holoenzima.




 

 
            Coenzimas são compostos orgânicos, quase sempre derivados de vitaminas, que atuam em conjunto com as enzimas. Podem atuar segundo 3 modelos:
            - Ligando-se à enzima com afinidade semelhante à do substrato.
            - Ligando-se covalentemente em local próximo ou no próprio sítio catalítico da apoenzima.
            - Atuando de maneira intermediária aos dois extremos acima citados.
 
 
ESPECIFICIDADE SUBSTRATO \ ENZIMA: O SÍTIO ATIVO
 
            As enzimas são muito específicas para os seus substratos. Esta especificidade pode ser relativa a apenas um substrato ou a vários substratos ao mesmo tempo.
            Esta especificidade se deve à existência, na superfície da enzima de um local denominado sítio de ligação do substrato. O sítio de ligação do substrato de uma enzima é dado por um arranjo tridimensional especial dos aminoácidos de uma determinada região da molécula, geralmente complementar à molécula do substrato, e ideal espacial e eletricamente para a ligação do mesmo. O sítio de ligação do substrato é capaz de reconhecer inclusive isômeros óticos "D" e "L" de um mesmo composto. Este sítio pode conter um segundo sítio, chamado sítio catalítico ou sítio ativo, ou estar próximo dele; é neste sítio ativo que ocorre a reação enzimática.
esquema de la acción de una enzima
            Composto que é transformado por uma enzima que se une a uma zona ativa, onde se produz ima catálise, que no exemplo conduz a uma formação de produtos.
centro activo de una enzima
            A zona sombreada são os aminoácidos desta enzima (proteína) que configuram, neste caso, o centro ativo da enzima.
 
            Alguns modelos procuram explicar a especificidade substrato/enzima:
            - Modelo Chave/Fechadura que prevê um encaixe perfeito do substrato no sítio de ligação, que seria rígido como uma fechadura. No exemplo da figura abaixo, uma determinada região da proteína - o módulo SH2 - liga-se à tirosina fosfatada, que se adapta ao sítio ativo da enzima tal como uma chave faz a sua fechadura.
 

 
          
              - Modelo do Ajuste Induzido que prevê um sítio de ligação não totalmente pré-formado, mas sim moldável à molécula do substrato; a enzima se ajustaria à molécula do substrato na sua presença.
            - Evidências experimentais sugerem um terceiro modelo que combina o ajuste induzido a uma "torção" da molécula do substrato, que o "ativaria" e o prepararia para a sua transformação em produto.
 
 
MECANISMO GERAL DE CATÁLISE
 
            As enzimas aceleram a velocidade de uma reação por diminuir a energia livre de ativação da mesma, sem alterar a termodinâmica da reação, ou seja: A energia dos reagentes e produtos da reação enzimática e de sua equivalente não enzimática são idênticas.
            Para se superar a energia de ativação de uma reação, passa-se pela formação de um estado intermediário chamado "Estado de Transição", sempre um composto instável e de alta energia, representado por "Ts", ligado com altíssima afinidade ao sítio catalítico. Nas reações enzimáticas, este composto de transição "Ts" não pode ser isolado ou mesmo considerado um intermediário, uma vez que não é liberado para o meio de reação; sua formação ocorre no sítio catalítico da enzima!! Como a afinidade do "Ts" ao sítio catalítico é muito maior que a afinidade do substrato com o mesmo, a pequena quantidade de moléculas em "Ts" será rapidamente convertida em produto. Assim, todo o fator que leva a um aumento do número de moléculas em "Ts" aumenta a velocidade da reação.
            São 4 os mecanismos principais através dos quais as enzimas aceleram uma reação, aumentando a formação de moléculas de substrato em "Ts":
            - Catálise Ácido-Base  que ocorre com a participação de aminoácidos com cadeias laterais ionizáveis, capazes de doar ou liberar prótons durante a catálise.
            - Torção de Substrato, que depende da torção do substrato induzida pela ligação do mesmo com o sítio de ligação da enzima, alcançando o estado de transição e estimulando sua conversão em produto.
            - Catálise Covalente que resulta do ataque nucleofílico ou eletrofílico de um radical do sítio catalítico sobre o substrato, ligando-o covalentemente à enzima e induzindo a sua transformação em produto. Envolve com freqüência a participação de coenzimas.
            - Efeito de Diminuição da Entropia. As enzimas ajudam no posicionamento e na definição da estequiometria correta da reação, facilitando os mecanismos anteriores.
 
 
CINÉTICA ENZIMÁTICA
 
            É a parte da enzimologia que estuda a velocidade das reações enzimáticas, e os atores que influenciam nesta velocidade. A cinética de uma enzima é estudada avaliando-se a quantidade de produto formado ou a quantidade de substrato consumido por unidade de tempo de reação.
            Uma reação enzimática pode ser expressa pela seguinte equação:


E + S  <==> [ES]  ==> E + P

            O complexo enzima/substrato (ES) tem uma energia de ativação ligeiramente menor que a do substrato isolado, e a sua formação leva ao aparecimento do estado de transição "Ts".
            A formação de "P" a partir de ES é a etapa limitante da velocidade da reação.
            A velocidade de uma reação enzimática depende das concentrações de enzima e de substrato.

Potássio


O POTÁSSIO

       O potássio, em oposição ao sódio, é o principal cátion intracelular que contribui para o seu metabolismo e para a síntese das proteínas e do glicogênio.

       Ele goza de um papel importante na excitabilidade neuromuscular e na regulação do teor de água do organismo. O líquido intracelular contém mais de 90% do potássio do corpo. O potássio no plasma sangüíneo representa uma parte ínfima do potássio total. No entanto, uma ausência total de potássio sérico é um sinal bastante fiel de um déficit global deste cátion.

       As necessidades de potássio são maiores em período de crescimento e fora dele são mínimas e cobertas pela alimentação corrente. Os alimentos mais ricos são peixes, carnes, aves domésticas, bananas, damascos e batatas.

       Entretanto, se observam hipopotassemias (taxas baixas de potássio no sangue) bastante freqüentes, raramente ligadas à carência de aporte alimentar, salvo para os grandes alcoólatras crônicos e pessoas possuidoras de anorexia mental. Suas causas são, com efeito, mais freqüentemente de origem iatrógena (de origem medicamentosa).

       Elas podem se traduzir por distúrbios neuromusculares (cãimbras, paralisias), aumento da pressão arterial ou às vezes distúrbios graves do ritmo cardíaco, necessitando um tratamento de urgência.

       As principais causas medicamentosas de hipopotassemia são a ingestão de diuréticos, suscetíveis de aumentar a excreção urinária do potássio, e a doença dos laxativos que aumentam as perdas digestivas (o que se pode constatar igualmente nos vômitos e diarréias). Pode-se, também, observar uma transferência de potássio para as células ocasionando um hipopotassemia nos tratamentos por insulina. Outra causa iatrogenica da hipopotassemia: a ingestão prolongada de corticóides.

       As taxas de potássio devem ser particularmente fiscalizadas na alimentação parenteral, na reanimação, assim como no curso dos tratamentos digitálicos, pois uma hipopotassemia diminui o limite de toxicidade da digitalina, aumentando as possibilidades de intoxicação.

       Citamos outros casos, raros, de hipopotassemia: as hipersecreções ou os tumores das glândulas suprarrenais, o consumo exagerado de alcaçuz ou "pastis" sem álcool, as intoxicações por Barium (contidos nos pesticidas e nos depilatórios).

HTA e potássio

       Sabe-se hoje que é a relação sódio/potássio que goza de um papel fundamental nos mecanismos da hipertensão, e não unicamente o sódio.

       A prescrição de diuréticos ocasionando uma depleção potássica vai no sentido oposto ao fim terapêutico. Assim, é fundamental corrigir esta hipopotassemia com diuréticos que poupem o potássio.

       Estudos colocaram em evidência que um regime enriquecido em potássio ou uma suplementação sob a forma medicamentosa ocasiona um rebaixamento da pressão arterial estatisticamente significativo, o que faria um terapeuta prescrevê-lo nas hipertensões leves.

       O potássio exerceria uma ação antihipertensiva pelo caminho do estímulo da bomba de sódio, e também por outros mecanismos que colocam em jogo os hormônios e as enzimas.

Ferro

O nosso organismo, depende de diversos elementos que ingerimos, os nutrientes. Dentre estes nutrientes, podemos observar os sais minerais, que são de extrema importância para a nossa saúde.
Os minerais, segundo o especialista em nutrição e dietética, Romero Alves Teixeira fazem parte de dois dos três grupos de alimentos que necessitamos ingerir, o grupo dos alimentos construtores e o grupo dos alimentos energéticos.

O cálcio, fósforo, iodo, zinco, cobre, sódio, potássio, magnésio entre outros são os minerais mais importantes e conhecidos. O ferro é um nutriente essencial para a vida e atua principalmente na síntese (fabricação) das células vermelhas do sangue e no transporte do oxigênio para todas as células do corpo.

Segundo o especialista, a ingestão deficiente de ferro é muito mais comum do que se imagina, tanto que no Brasil, existem programas governamentais de combate à carência de ferro; na alimentação da população. As anêmicas, mulheres em fase reprodutiva, como as gestantes e crianças são os grupos mais vulneráveis. Porém, muitos adultos, devido aos maus hábitos alimentares podem também ter carência de ferro.

Os hábitos alimentares guardam estreita relação com a deficiência de Ferro. Alimentação com pouca verdura folhosa de cor escura, com pouca carne vermelha, ou com muitos cereais refinados e pobres em leguminosas (feijões), geralmente ofertam pouca quantidade de Ferro ao nosso organismo. Além disso, a absorção intestinal do ferro pode ser afetada por diversos fatores tidos como: a ingestão excessiva de cálcio, cobre, zinco (interações institucionais entre nutrientes), ingestão deficiente de
vitamina C e Proteínas, ingestão pequena de um tipo de ferro denominado Ferro Heme, presente nas carnes vermelhas.

A ingestão simultânea de Ferro e
vitamina C e/ou proteínas aumenta a absorção de ferro, por isso sua alimentação equilibrada é de grande importância para a manutenção da saúde de uma forma global.

Principais fontes

O especialista comenta que o ferro pode ser fornecido ao organismo por alimentos de origem animal e vegetal. O ferro de origem animal é melhor aproveitado pelo organismo. São melhores fontes de ferro as carnes vermelhas, principalmente fígado de qualquer animal e outras vísceras (miúdos), como rim e coração; carnes de aves e de peixes, mariscos crus. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o leite e o ovo não são fontes importantes de ferro. Entretanto, no mercado já existem os leites enriquecidos com ferro. Entre os alimentos de origem vegetal, destaca-se como fonte de ferro, os folhosos na cor verde-escura (exceto espinafre), como o agrião, couve, cheiro-verde, taioba; as leguminosas (feijões, fava, grão-de-bico, ervilha, lentilha); grãos integrais ou enriquecidos; nozes e castanhas, melado de cana, rapadura, açúcar mascavo. O açaí é uma fruta muito rica em ferro. Também existem disponíveis no mercado alimentos enriquecidos com ferro como farinhas de trigo e milho, cereais matinais, entre outros.

Excesso

A ingestão excessiva de Ferro, segundo o especialista, pode ser tóxica sobretudo quando há um uso exagerado na sua forma medicamentosa. A ingestão excessiva de Ferro dos alimentos raramente chega à toxicidade. As necessidades diárias de Ferro, variam conforme a idade, o sexo e a fase fisiológica da vida de cada indivíduo. Os homens adultos necessitam de 10 mg/dia, as mulheres adultas requerem 15 mg/dia, gestantes requerem 30 mg/diárias, e nutrientes de 16 a 19 mg/dia. As necessidades de crianças variam de 6 a 12 mg/dia, conforme as recomendações dietéticas internacionais,

Carência/Causas

Os sinais e sintomas da carência de ferro são inespecíficos, necessitando-se de exames laboratoriais, como o de sangue para que seja confirmado o diagnóstico. Os principais sinais e sintomas são: a fadiga generalizada,
anorexia (falta de apetite), palidez de pele e mucosas (parte interna do olho, gengivas), menor disposição para o trabalho, dificuldade de aprendizagem nas crianças, apatia (crianças muito "paradas").

A deficiência de ferro pode ser causada pela ingestão insuficiente de alimentos ricos em ferro. Os indivíduos podem ingerir alimentos em quantidades insuficientes, levando a uma ingestão também insuficiente de ferro. Isso ocorre porque as pessoas/famílias não dispõem de recursos financeiros para adquirirem os alimentos necessários a sua sobrevivência e também porque podem desconhecer os alimentos que são as fontes mais ricas de Ferro. O ferro originado de alimentos de origem animal (carnes, por exemplo) é muito melhor aproveitado pelo nosso organismo do que aquele de origem vegetal. Por isso, é importante ter uma alimentação que contenha alimentos de origem animal e vegetal, principalmente para aqueles indivíduos que apresentam uma necessidade aumentada desse nutriente.

As crianças em fase de crescimento, adolescentes, mulheres gestantes e lactantes, mulheres em idade reprodutiva, indivíduos que exercem atividade física intensa. Por outro lado, é preciso destacar ainda que a falta de saneamento básico como uma das medidas mais importantes para evitar as parasitoses. Os indivíduos adquirem parasitoses em contato com ambientes infectados por vermes ou quando ingerem água não tratada e alimentos contaminados por parasitas. As parasitoses podem também causar este tipo de anemia ou agravar a deficiência de ferro do indivíduo. Outras causas são as perdas excessivas de sangue como as hemorragias,
menstruação excessiva, verminoses e o aumento das necessidades orgânicas de ferro através do crescimento, gestação e lactação, esclarece.

Conseqüências

A carência de ferro é denominada
anemia ferropriva ou anemia por carência de ferro. É uma deficiência nutricional grave que afeta grande parcela da população mundial de praticamente todos os estratos sociais. Crianças, gestantes, lactantes (mulheres que estão amamentando), meninas adolescentes, mulheres adultas em fase de reprodução são os grupos mais afetados pela doença, muito embora homens, adolescentes, adultos e os idosos também possam ser afetados por ela.

A
anemia ferropriva está associada a maior mortalidade entre mulheres parturientes e ao aumento do risco de nascimento de crianças prematuras e de crianças de baixo peso ao nascer. Alguns estudos relatam a queda de produtividade dos trabalhadores como estando associada este tipo de anemia. A deficiência de ferro influencia também na resistência dos indivíduos às infecções. Existe uma maior propensão às infecções e maior mortalidade entre crianças com deficiência de ferro. Além disso, alguns estudos revelam atrasos no crescimento associado a este tipo de anemia


A anemia é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a condição na qual o conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do normal como resultado da carência de um ou mais nutrientes essenciais, seja qual for a causa dessa deficiência. As anemias podem ser causadas por deficiência de vários nutrientes como Ferro, Zinco, Vitamina B12 e proteínas. Porém, a Anemia causada por deficiência de Ferro, denominada anemia ferropriva, é muito mais comum que as demais. Estima-se que 90% (das anemias sejam causadas por carência de Ferro).

O Ministério da Saúde está desenvolvendo no Brasil duas estratégias de intervenção básicas. O projeto para o controle dessa
anemia em crianças menores de dois anos, nos municípios de atuação do Projeto de Redução da Mortalidade na Infância. Este trabalho teve início em 1998, quando foram priorizados os municípios da Região Nordeste. As prioridades foram definidas em função das altas taxas de Anemia e pela necessidade de um intenso trabalho educativo junto às famílias das crianças, garantindo a adesão necessária ao sucesso da suplementação medicamentosa. O objetivo principal é reduzir a incidência da anemia entre crianças de 6-24 meses, residentes na Região Nordeste. Atualmente é feita a distribuição das doses semanais de sulfato ferroso, além da realização de atividades de orientação alimentar a todas as famílias.

O segundo trabalho acontece através do programa de redução da
anemia causada pela deficiência de ferro no Brasil que é priorizada entre as diretrizes da Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Criado em maio de 1999. O objetivo foi estabelecer uma ampla mobilização nacional, em prol da redução da anemia, através do intermédio da promoção da alimentação saudável, da orientação do consumidor para a diversificação de dieta a baixo custo, da distribuição de suplementos na rede de saúde para grupos populacionais específicos e fortificação de parte da produção brasileira das farinhas de trigo e milho. A meta é reduzir esta anemia em pré-escolares e escolares brasileiros em 1/3, até o ano 2003.

Situação Geral

A
anemia por deficiência de ferro é tão comum no mundo que é encontrada, virtualmente, em todos os países, incluindo os industrializados. Os grupos populacionais mais vulneráveis a anemia ferrropriva de qualquer natureza incluem, em ordem de prioridade: mulheres grávidas e lactentes, crianças (0-2 anos), crianças pré-escolares (2-6 anos), mulheres não grávidas em idade de procriação, idosos, adolescentes e homens adultos.

Mais de 2 bilhões de pessoas, isto é, 1/3 da população mundial são anêmicas devido a várias causas, incluindo a deficiência de ferro,que é causa subjacente em cerca de 1 bilhão de casos de anemia. Além disso, outro 1 bilhão de pessoas possui um estoque subnormal de ferro, ou seja, possuem deficiência de ferro, sem, porém, serem consideradas clinicamente anêmicas

A
anemia ferropriva traz os seguintes efeitos adversos ou conseqüências como a diminuição da produtividade no trabalho, diminuição da capacidade de aprendizado, retardamento do crescimento, apatia (morbidez), perda significativa de habilidade cognitiva, baixo peso ao nascer e mortalidade perinatal. Além disso, pode ser responsável ou estar associada a até 50% das mortes de parturiente e ser a causa primária de uma entre cinco mortes de parturientes.

Fósforo


O FÓSFORO

       A maioria do fósforo do nosso corpo se encontra no esqueleto combinado ao cálcio e 10% dos tecidos moles, músculos, fígado e baço. Está, como o cálcio, sob a influência da vitamina D e do hormônio paratiroideano.

       Ele goza um papel estrutural ao nível da célula, notadamente nos fosfolipídeos, constituintes das membranas celulares. Participa de numerosas atividades enzimáticas e sobretudo tem um papel fundamental para a célula como fonte de energia sob a forma de ATP (adenosina trifosfato). É graças ao fósforo que a célula pode dispor de reservas de energia.

       As necessidades em fósforo são largamente cobertas pela alimentação corrente. Com efeito, ele se encontra em quantidade relativamente importante nos numerosos alimentos, notadamente aqueles que contém cálcio (leite, queijo, frutas secas). Às vezes, existem causas múltiplas de carência em fósforo: diminuição dos aportes no curso da alimentação parenteral exclusiva, alcoolismo crônico, jejuns ou desnutrição prolongadas (pessoas velhas), perdas de origem digestiva (diarréias, vômitos, pancreatite crônica,) ou precipitação por antiácidos gástricos em tratamentos prolongados (hidróxido de alumínio ou magnésio, tratamentos gástricos freqüentemente prescritos). Enfim, a excreção renal é aumentada no hiperparatireoidismos, no raquitismo, no deficitda vitamina D ou em casos de utilização de certos medicamentos (barbitúricos, por exemplo).

       As hipofosforemias podem ser assintomáticas ou, ao contrário, provocar certo número de sinais clínicos dominados por uma forte diminuição dos reflexos, parestesias (formigamentos) das extremidades e ao redor do orifício bucal, fraqueza muscular e distúrbios da atenção.

       O fósforo é classicamente prescrito em caso de des- mineralização óssea, de sobrecarga física e intelectual e na espasmofilia.

       Para certos autores, o fósforo seria atualmente um mineral muito abundante. Os fosfatos são muito utilizados na indústria agro-alimentícia e fazem parte dos aditivos de numerosos alimentos como as salsichas, queijos fundidos, sobremesas-creme, sorvetes e bebidas. Seu excesso causaria, por conseqüência, uma mobilização exagerada do cálcio ósseo, com aumento dos riscos de osteoporose nas mulheres menopáusicas. Hipótese que fica a ser provada, mas que mostraria uma vez mais a necessidade de um aporte equilibrado dos diversos minerais e oligoelementos.

Cálcio

O que é
Não é exagero afirmar que dentre os sais minerais, o cálcio é o mineral de principal aproveitamento dentro do organismo humano. 
Funções e importância 
Este importante mineral possui funções importantes como atuar na formação estrutural dos ossos e dos dentes.

Além disso, ele atua juntamente com a vitamina K, nos sistema circulatório, auxiliando na coagulação do
sangue.

O cálcio também possui grande importância no estabelecimento do equilíbrio juntamente com o fósforo.

Ele age influenciando na ação do lab-fermento e coordena as ações do sódio e do potássio, na contração muscular do
coração.

Além de todas estas funções já citadas, é importante sabermos que o cálcio atua em outras funções orgânicas importantes ao equilíbrio do organismo humano.

Ele é encontrado nas seguintes fontes: 
Leite e seus derivados
Agrião
Alface
Aveia
Salsa
Salsão
Beterraba
Batata doce
Brócolis
Cebola
Couve
Espinafre
Laranja
Milho

Curiosidade:

A carência de cálcio no organismo leva ao raquitismo (deformação dos ossos dos membros inferiores) durante a fase de desenvolvimento e a osteomalácia na fase adulta.

Biomedicina na pratica ESTÉTICA

A Biomedicina Estética é uma possível e nova área na biomedicina que, sob a comprovação científica dos métodos e técnicas utilizados, desenvolve e aplica os tratamentos para as disfunções estéticas corporais, faciais e envelhecimento fisiológico relacionados à derme e seus anexos, tecido adiposo e metabolismo. A Biomedicina Estética cuida da saúde, bem-estar e beleza do paciente, levando os melhores recursos da saúde relacionados ao seu amplo conhecimento para o tratamento e recuperação dos tecidos e do organismo como um todo.
→ Saúde Estética
Há algumas décadas, em 1946, a OMS introduziu uma dimensão mais positiva de saúde em sua definição: "saúde é um estado de completo bem estar físico, mental e social e não somente a ausência de doença ou enfermidade".

Saúde foi universalmente conceituada e aceita sendo o completo estado de bem estar físico mental e social do ser humano. E dentro desse conceito, sabendo que o biomédico é um profissional a serviço da saúde, torna-se um dever da biomedicina e dos biomédicos assumir a responsabilidade com a saúde, e atualmente, atuando na área da Saúde Estética sob o manto cientifico, ético e legal que norteiam seu exercício.

A Saúde Estética tem como principal objetivo levar saúde aos indivíduos através da beleza, assim sendo, um meio de melhorar suas condições de bem-estar físico, mental e social, proporcionando a prevenção de doenças, o rejuvenescimento fisiológico, melhora da auto-estima e hábitos de vida.
→ Existem vários cursos Biomédicos na Estética:
• Curso de Avaliação, Consulta e Acompanhamento Estético
• Curso de Depilação a Laser
• Curso de Lifting sem Cirurgia e Skin-Tightening
• Curso de Lipo sem Cirurgia
• Curso de Peeling, Demoabrasão e Micro Dermoabrasão
• Curso de Rejuvenescimento a Laser e Laserterapia

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Células-Tronco

Células-tronco são as células com capacidade de auto-replicação, isto é, com capacidade de gerar uma cópia idêntica a si mesma e com potencial de diferenciar-se em vários tecidos.



Quanto a sua classificação, podem ser:
- Totipotentes, aquelas células que são capazes de diferenciarem-se em todos os 216 tecidos que formam o corpo humano, incluindo a placenta e anexos embrionários. As células totipotentes são encontradas nos embriões nas primeiras fases de divisão, isto é, quando o embrião tem até 16 - 32 células, que corresponde a 3 ou 4 dias de vida;
- Pluripotentes ou multipotentes, aquelas células capazes de diferenciar-se em quase todos os tecidos humanos, excluindo a placenta e anexos embrionários, ou seja, a partir de 32 - 64 células, aproximadamente a partir do 5º dia de vida, fase considerada de blastocisto. As células internas do blastocisto são pluripotentes enquanto as células da membrana externa destinam-se a produção da placenta e as membranas embrionárias;
- Oligotentes, aquelas células que se diferenciam em poucos tecidos;
- Unipotentes, aquelas células que se diferenciam em um único tecido.
Constitui um mistério para os cientistas a ordem ou comando que determina no embrião humano que uma célula-tronco pluripotente se diferencie em determinado tecido específico, como fígado, osso, sangue etc. Porém em laboratório, existem substâncias ou fatores de diferenciação que quando são colocadas em culturas de células-tronco in vitro, determinam que elas se diferenciem no tecido esperado. Um estudo está sendo desenvolvido pela USP para averiguar o resultado do contato de uma célula-tronco com um tecido diferenciado, cujo objetivo é observar se a célula-tronco irá transformar-se no mesmo tecido com que está tendo contato. As células-tronco da pesquisa foram retiradas de cordão umbilical.

Quanto a sua natureza, podem ser:
Adultas, extraídas dos diversos tecidos humanos, tais como, medula óssea, sangue, fígado, cordão umbilical, placenta etc. (estas duas últimas são consideradas células adultas, haja vista a sua limitação de diferenciação). Nos tecidos adultos também são encontradas células-tronco, como medula óssea, sistema nervoso e epitélio. Entretanto, estudos demonstram que a sua capacidade de diferenciação seja limitada e que a maioria dos tecidos humanos não podem ser obtidas a partir delas.
Embrionárias, só podem ser encontradas nos embriões humanos e são classificadas como totipotentes ou pluripotentes, dado seu alto poder de diferenciação. Estes embriões descartados (inviáveis para a implantação) podem ser encontrados nas clínicas de reprodução assistida ou podem ser produzidos através da clonagem para fins terapêuticos.

Podem ser obtidas:
- Por Clonagem Terapêutica é a técnica de manipulação genética que fabrica embriões a partir da transferência do núcleo da célula já diferenciada, de um adulto ou de um embrião, para um óvulo sem núcleo. A partir da fusão inicia-se o processo de divisão celular, na primeira fase 16-32 são consideradas células totipotentes. Na segunda fase 32-64 serão células pluripotentes, blastocisto que serão retiradas as células-tronco para diferenciação, in vitro, dos tecidos que se pretende produzir. Nesta fase ainda não existe nenhuma diferenciação dos tecidos ou órgãos que formam o corpo humano e por isso podem ser induzidas para a terapia celular.
- Do Corpo Humano as células-tronco adultas são fabricadas em alguns tecidos do corpo, como a medula óssea, sistema nervoso e epitélio, mas possuem limitação quanto a diferenciação em tecidos do corpo humano.
- De Embriões Descartados (inviáveis para implantação) e Congelados nas clínicas de reprodução assistida

Podem ser utilizadas:


Terapia Celular: tratamento de doenças ou lesões com células-tronco manipuladas em laboratório.

O que é Clonagem Reprodutiva?
É a técnica pela qual se forma uma cópia de um indivíduo. O procedimento basea-se na transferência do núcleo de uma célula diferenciada, adulta ou embrionária, para um óvulo sem núcleo com a implantação do embrião no útero humano. Gêmeos univitelinos são clones naturais.


Principal diferença das técnicas de Clonagem Terapêutica e Reprodutiva
Nas duas situações há transferência de um núcleo de uma célula diferenciada para um óvulo sem núcleo. Mas na técnica de clonagem para fins terapêuticos as células são multiplicadas em laboratório para formar tecidos específicos e nunca são implantados em um útero.


Vantagens e limitações da Clonagem Terapêutica para a obtenção de células-tronco
A principal vantagem dessa técnica é a fabricação de células pluripotentes, potencialmente capazes de produzir qualquer tecido em laboratório, o que poderá permitir o tratamento de doenças cardíacas, doença de Alzheimer, Parkinson, câncer, além da reconstituição de medula óssea, de tecidos queimados ou tecidos destruídos etc, sem o risco da rejeição, caso o doador seja o próprio beneficiado com a técnica. Mas a principal limitação é que no caso de doenças genéticas, o doador não pode ser a própria pessoa porque todas as suas células têm o mesmo defeito genético.
A clonagem para fins terapêuticos não pode reproduzir seres humanos, porque nunca haverá implantação no útero. As células são multiplicadas em laboratório até a fase de blastocisto, 32-64 células, sendo a partir desse estágio manipuladas para formação de determinados tecidos. Além disso, nessa fase o pré-embrião é constituído por um aglomerado de células que ainda não tem sistema nervoso.
Drª Mayana Zatz Médica Geneticista da USP